sexta-feira, dezembro 24, 2004

É NATAL....e eu com isso?

Pronto, aqui fica o meu desabafo de fúria por mais uma época de "magia " e mais o caralho que a lixe com um F muito maiúsculo (não, não é másculo)!!

Pra quem gosta, bom Natal, pra quem não gosta, aguentem-se à bronca!....

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sexta-feira, dezembro 17, 2004

férias....

Pois é... Aí está aquela altura do ano pela qual tanta gente anseia, mas que eu espero que acabe depressa!!!
Eu sei que pode parecer estranho, e eu até sou muito "dada" às férias, mas, caramba, as pessoas que são do Porto não vão ser, provavelmente, capazes de entender, mas é muito tempo que eu vou passar em Viana...

Nao, não menosprezo a cidade, nem os amigos, nem a família (aliás, quem tiver dúvidas pode sempre ler o post "Viana"), mas não gosto, aliás, detesto, ser "obrigada" a permancer lá por tanto tempo. Preciso do Porto, de respirar o ar que de puro não tem nada, de estar na FLUP, de estar na ae, estar em casa a fumar um "pensativo cigarro" (metátese de Eça de Queirós), de estar com a malta, com a tuna... ai, ai....

Estou quase de partida e a sofrer já por antecipação, a tentar arranjar estratégias pra cá dar um pulinho, a tentar levar as pessoas a Viana...

Por outro lado, também tenho a certeza que os meus amigos vão fazer com todo esse tempo seja menos tortuoso do que eu imagino... ou pelo menos assim espero....

E pronto... A todos um bom Natal... lalalalalala

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Alone by Edgar Allen Poe

From childhood's hour I have not been
As others were--I have not seen
As others saw--I could not bring
My passions from a common spring.
From the same source I have not taken
My sorrow; I could not awaken
My heart to joy at the same tone;
And all I lov'd, I lov'd alone.
Then--in my childhood--in the dawn
Of a most stormy life--was drawn
From ev'ry depth of good and ill
The mystery which binds me still:
From the torrent, of the fountain,
From the red cliff of the mountain,
From the sun that 'round me roll'd
In its autumn tint of gold--
From the lightning in the sky
As it pass'd me flying by--
From the thunder and the storm,
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view.

Há dias assim...

Hoje muito coisa voltou a perder sentido...

Estive a um passinho de ficar de férias durante uns tempos valentes... Mas como as crises de ansiedade são minhas companheiras inseparáveis, pronto, acabei de desistir do exame da única cadeira que me falta fazer para ir para estágio... Ou seja, mais um ano neste belo local muito semlhante a uma praça de touros, mais 750€ de propinas... mais um ano perdido!

Há pouco, ao telefone, alguém me disse que há males que vêm por bem... Mas o bem disto não me parece estar em lado nenhum! Adia planos, sonhos, vontades... Adia sobretudo vida... dias, meses, anos... Neste ano vão passar-se séculos de desilusão profunda! Neste ano vão passar-se milénios de desejos que se tornam cada vez mais difíceis de alcançar...

É a bidinha... e não é nada feliz!!!

segunda-feira, dezembro 06, 2004

No teu poema
existe um verso em branco e sem medida,
um corpo que respira, um céu aberto,
janela debruçada para a vida.

No teu poema
existe a dor calada lá no fundo,
o passo da coragem em casa escura e,
aberta, uma varanda para o mundo.

Existe a noite,o riso e a voz refeita à luz do dia,
a festa da Senhora da Agonia e o cansaço
do corpo que adormece em cama fria.

Existe um rio,a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos de quem falha.

No teu poema
existe um canto chão alentejano,
a rua e o pregão de uma varina
e um barco assoprado a todo o pano.

Existe um rio a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem caiou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda escapa
e um verso em branco à espera de futuro.

Um destes dias houve uma "amizade" que me dedicou este poema... E hoje, não sei porquê, mas sinto-me mesmo assim... "verso em branco à espera de futuro"... revejo-me em quase todas as palavras... na Senhora de Agonia.... e assim e andando e por aí fora...

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Maiakovski ou Eduardo Alves da Costa?

"Na primeira noite
Eles aproximam-se
E colhem uma Flor
Do nosso jardim
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
Já não se escondem:
Pisam as flores
Matam o nosso cão,
E não dizemos nada.

Até que um dia
O mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada."

A verdade é que não é a questão da autoria que me tira o sono, são as vozes que se calam quando tudo está mal, porque o comodismo é um mal do mundo.

Viana...

Este "fim-de-semana", (na verdade, a meio da semana, aquele feriadozito e assim) revisitei aquele que é a minha cidade-luz e tudo me soube bem (à excepção do raio da comida que o luís escolheu pra nós, que sabia sei lá a quê...).

O pretexto ideal pra lá voltar: aniversário da Letinha! Chegar, entrar no Magma e ver aqueles que são os meus amigos de sempre: Xoxo, Letinha (obviamente), Zofie, Figuinho, Rafinha, and so on and so on... Na verdade, senti a falta do Hugo, do Ricardo e do Alpuim, mas isso são outros 2,5€ (ou outros 500 paus na moeda antiga) e não vale a pena falar disso agora!

Depois, claro, não podia ser de outra maneira, onde é que a gente havia de ir parar... ao Lunas, pois está claro!! E que surpreendida que fiquei ao ver que tinham aberto uma outra sala, e mais... era o dia da inauguração (muito chique, muito fino)!!! Apesar de muita tinta que já correu por causa do dito local, é bom lá entrar, ainda que não passemos de sardinhas em lata, e ver pessoas que já não víamos há que tempos... O meu outro pai Israel, sempre bem disposto, a Andreia Guia, a Arezes e a Rita, o Miguel (obrigado pela cerveja ;-) ) , o Hélder (loiroooo), o Nuno Fernandes das mesas de voto (lol), os cromos (ou pior do que isso) que eram da minha turma na preparatória (estou msm mal, até isto sabe bem...), enfim, é o respirar de um local que lembra estórias e histórias, boas e más, como quase todos os sítios por onde passamos e que nos deixam uma inapagável marca!

E não havia de ser de outra maneira, dado que a história daquela cidade me pertence também, e o que os sonhos que se vão orquestrando permanecem nas pedras da rua (ainda que estejam em mau estado).

Em abono da verdade, é bom lá estar, mas não por muito tempo, para que a saudade se instale e a vivência possa ser verdadeiramente aproveitada...

É, de facto, o sítio onde me encontro quando estou muito perdida, e onde me ajudam a achar o caminho para o futuro quando parece que o mundo desabou...

Por isso, isto é um pequenino agradecimento à cidade que me concebeu e que fez de mim aquilo que hoje sou, às pessoas que amo e que nunca me deixam a meio do caminho...

No Porto, encontrei muitas vezes a felicidade, nos amigos e nos locais também, mas há sempre um voltar que não recuso!

Uma música do Rui Veloso diz "nunca voltes ao local onde já foste feliz", mas como diz uma outra música, da Amália, "havemos de ir a Viana" (ou "we wil go to IsawAnn" em inglês, tradução lietral, made by me), eu volto lá sempre, todos os dias, nem que seja só em pensamento!!!

(pronto, e acabo esta merda de lágrimas nos olhos que é pra estragar tudo, felizmente o suporte digital não desbota)